segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Não voltarei ao normal.


Perdi aquela “inocência” que eu tanto tinha antigamente. Aquela inocência que fazia com que no fundo, bem no fundo, eu mantivesse uma esperança (falsa esperança) de que as coisas fossem mudar, de que as pessoas mudariam. Mas foi pelo ralo minha vontade de querer ser mais legal e gentil. E acabou minha vontade de querer gentileza e simpatia. Não faço mais questão de nada, de sentir nada, de querer nada. Antes, eu apenas existia, nem cheguei ao extremo de “viver”. Agora, quero viver, do meu modo, do MEU jeito. Não me importo com nada, ninguém existe no mundo que criei. E eu não existo no mundo de vocês. Não mais! A lógica disso tudo? Tome cuidado, posso fazer você chorar, e nem me importarei com isso. Eu não existo. Você não existe. A lógica se torna simples. - Autor desconhecido.



sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Sarcasmo, preguiça e sono.

Quando percebi, estava olhando para as pessoas como se soubesse alguma coisa delas que nem elas mesmas sabiam. Ou então como se as transpassasse. Eram bichos brancos e sujos. Quando as transpassava, via o que tinha sido antes delas, e o que tinha sido antes delas era uma coisa sem cor nem forma, eu podia deixar meus olhos descansarem lá porque eles não se preocupavam em dar nome ou cor ou jeito a nenhuma coisa, era um branco liso e calmo. Mas esse branco liso e calmo me assustava e, quando tentava voltar atrás, começava a ver nas pessoas o que elas não sabiam de si mesmas, e isso era ainda mais terrível. O que elas não sabiam de si era tão assustador que me sentia como se tivesse violado uma sepultura fechada havia vários séculos. A maldição cairia sobre mim: ninguém me perdoaria jamais se soubesse que eu ousara.Ninguém me perdoaria se soubesse que eu sei o que elas são, o que elas eram.



Deve ser a minha maneira talvez neuroticamente individualista que, quando acontece de vir alguém, parecer aos meus olhos uma ameaça a essa individualidade, fico imediatamente cheia de espinhos - e corto relacionamentos com a maior frieza, às vezes firo, sou agressiva e tal. É preciso acabar com esse medo de ser tocado lá no fundo. Ou é preciso que alguém me toque profundamente para acabar com isso - ou não. Ah, que se foda.